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Quando é depressão e quando não é

Nem toda tristeza, apatia ou angústia é depressão, conhecendo as principais diferenças entre simples tristeza e depressão é fundamental até para começar o tratamento.
depressao piscoloca karla cardozo min

Há momentos da vida em que não tem jeito: seja pelo fim de um relacionamento, seja pela perda do emprego ou pela morte de um ente querido, por mais centrado que se seja, a gente se sente mal de verdade. É natural se sentir assim, porque há muito mais coisas em jogo nesses eventos do que se pode imaginar.

E as pessoas são diferentes. Alguém pode passar meses sentindo que o fim do relacionamento nunca vai ser superado e a pessoa do lado na mesma situação poderia sofrer por poucas semanas. A demissão pode fazer alguém achar que não tem valor profissional nenhum (pelo menos até aparecer o próximo emprego), e a morte de um parente pode deixar um clima de tristeza por um ano ou mais.

O psicólogo poderá atuar nessas situações como um facilitador, ajudando você a compreender seus próprios sentimentos e aceitá-los, para dessa forma possibilitar uma “travessia” mais rápida pelo momento complicado, com bem menos sofrimento e com muito mais qualidade de vida.

O certo é que em condições de normalidade, eventualmente essas situações serão sim superadas, com ou sem ajuda de um psicólogo, e a pessoa irá seguir com sua vida normalmente, recuperando sua alegria, sua autoestima e o ânimo de sempre. Nessas situações não se trata de depressão, mas eventos pontuais de sofrimento emocional.

Mas e quando o tempo passa e não há melhora no quadro, ou quando ele parece progredir lentamente demais? Aí é um caso a se investigar, porque o sofrimento prolongado é uma das características mais fortes da presença de um ou mais transtornos mentais.

Características da depressão que você não encontrará na tristeza comum

Listamos abaixo algumas características que podem ou não vir juntas em quadros depressivos. A intensidade delas pode variar bastante, mas em linhas gerais, pelo menos duas delas estarão visivelmente presentes caso a pessoa esteja sofrendo da doença.

Tristeza prolongada

Em quadros de depressão a primeira coisa a se perceber é a duração dos sintomas de tristeza, angústia, apatia ou falta de ânimo. Se estes persistirem continuamente por mais de 15 dias já é um sinal de alerta.

Isso porque em situações de tristeza não depressiva o mais comum é que haja dias bons e ruins se intercalando com uma progressão: no início os dias ruins são muitos, e depois vão ficando cada vez mais raros até sumirem.

Percepção distorcida da realidade e pessimismo

A percepção que a pessoa tem da própria vida, do mundo e do seu futuro também é gravemente afetada com a depressão.

Uma pessoa simplesmente triste por estar num momento ruim não pensaria de forma prolongada que a sua vida não tem jeito, por exemplo. Ela também não pensaria que todas as situações para ela são de alguma forma negativas, ignorando totalmente as coisas boas que lhe acontecem.

Por mais que os fatos apontem o contrário, o futuro para a pessoa depressiva será igual ou pior que o presente.

Perda da capacidade de sentir prazer e de se animar

Uma pessoa muito triste porque perdeu o emprego ainda vai ter vontade de comer aquela pizza quentinha, e vai adorar assistir um a bom filme para esquecer um pouco os seus problemas.

Ao receber um convite para uma vaga de emprego, essa mesma pessoa pode passar da tristeza para a empolgação em poucos minutos.

Não é o caso de quem sofre com depressão. Um dos relatos mais frequentes de pessoas com essa condição psicológica é de que simplesmente elas parecem ter perdido a capacidade de ter boas sensações, mesmo com objetos e situações que dariam satisfação e prazer antes.

Por esse motivo, é muito comum também que uma pessoa depressiva perca impulsos “primitivos”, como a fome e o desejo sexual.

Indiferença

Como tem uma percepção distorcida da realidade e está incapacitada de experimentar boas emoções, a pessoa depressiva apresentará uma indiferença visível quanto a aspectos que são importantes na vida de qualquer indivíduo, como a família, o emprego, relacionamentos, lazer e outros.

Para ela, a presença ou ausência desses elementos em sua vida não mudará muito o que ela sente, e esse comportamento de indiferença poderá criar situações bastante complicadas principalmente com o seu núcleo familiar.

Com pessoas saudáveis esse desinteresse generalizado não é observado mesmo em situações difíceis.

Cansaço em toda as horas

A pessoa com depressão terá um cansaço persistente em todas as horas do seu dia, que não melhora nem com sono, descanso ou atividades de lazer, podendo chegar ao ponto de exaustão.

Essa falta de energia geralmente agrava outros problemas da doença, pois sem forças para as atividades mais básicas do dia será difícil dar conta de todas as demandas de uma rotina.

Assim, por cansaço mesmo uma pessoa depressiva poderá começar a se isolar da sua própria família, se tornar improdutiva ou faltar ao trabalho, descuidar da higiene básica e muito mais. Isso alimentará a sensação de deslocamento, poderá aprofundar problemas pré-existentes com a autoestima e provocar muitas outras situações desagradáveis.

Alguém que está só passando por uma situação complicada dificilmente perderia o controle de sua vida por causa do cansaço.

Ter insônia ou sono demais

Todo mundo tem noites de sono ruins. Às vezes, você poderá supercompensar uma noite difícil dormindo mais no outro dia, mas em uma situação de normalidade sua rotina logo voltará ao que era, não sendo alterada profundamente por essas variações.

Falo disso porque uma das características mais importantes na avaliação de quadros depressivos é a alteração nas rotinas de sono.

Quem sofre de depressão está 24 horas por dia carregando um peso emocional muito grande e por isso terá dificuldade de relaxar. Com essa dificuldade, o sono tende a não vir nos horários que seriam adequados a uma pessoa saudável e produtiva, e aí toda a sua rotina poderá ir por água abaixo.

O resultado disso pode ser um indivíduo que não dorme direito quando deveria (o que aumentará sua sensação de cansaço quando acordado), ou que dorme demais, seja por exaustão, seja por querer fugir da realidade todo o tempo que lhe for possível.

Frequentemente os problemas com o sono irão se aprofundar na medida em que a doença piora.

Sendo depressão ou não, um psicólogo pode ajudar

Como eu disse no início, um psicólogo pode apoiar você nos momentos mais emocionalmente turbulentos da sua vida, ajudando você a entender a situação, a aumentar seu autoconhecimento e a criar por si próprio as saídas que precisa.

Mas se você reconheceu alguns dos sintoma descritos nesse artigo em você mesmo ou em um familiar ou amigo, a recomendação é procurar um psicólogo pelo bem da saúde mesmo.

No nosso blog você pode encontrar mais testes relacionados a depressão. Basta clicar aqui e acessar nossos conteúdos.

Nessas duas situações você pode contar comigo. Alguma dúvida sobre o assunto? Use os espaço dos comentários para enviar suas dúvidas. As consultas são agendadas e podem ser realizadas de forma presencial ou online. Entre em contato pelo número (27) 99236-5313 ou pelo WhatsApp.

Cuide bem de você! =D

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