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O que é Terapia Comportamental Cognitiva

A Terapia Comportamental Cognitiva (TCC) é uma das abordagens que a psicologia oferece para o tratamento de doenças psicológicas e que vem ganhando cada vez mais destaque nos últimos anos.

Ao procurar um tratamento psicológico pode ser difícil escolher entre as muitas abordagens disponíveis. Há a psicanálise, a gestalt terapia, a psicoterapia corporal, a behaviorista (ou comportamentalista) e a terapia comportamental cognitiva entre tantas outras, e cada uma dessas tem visões, técnicas e aplicações diferentes, com efeitos que podem variar muito de pessoa para pessoa.

O certo é que não há uma metodologia que sirva perfeitamente para todas as pessoas, situações e transtornos, então o melhor mesmo é conhecer previamente um pouco de cada uma delas antes de decidir qual tratamento você irá iniciar.

Neste artigo falaremos da Terapia Comportamental Cognitiva e suas características. Você sabe em que se baseia essa abordagem?

O que é Terapia Comportamental Cognitiva?

A Terapia Comportamental Cognitiva (TCC) é uma vertente da psicologia que foca na relação entre as crenças de uma pessoa com seus sentimentos e comportamentos.

A proposta é analisar a maneira como o indivíduo interpreta a sua experiência de vida para ajudá-lo a se livrar de certas crenças e comportamentos distorcidos que ele carrega, chamados por esta corrente de crenças disfuncionais.

O trabalho do psicólogo acontece identificando na própria fala do paciente onde existem essas crenças disfuncionais. Uma vez que essas ideias estão identificadas, o terapeuta ajuda o paciente a compreender que essas crenças (e os comportamentos derivados delas) são nocivas à sua saúde mental, social, afetiva e até econômica, e elabora junto a ele estratégias para trocar essas posturas e mentalidades por outras mais benéficas, criando novas maneiras de experienciar a vida.

As crenças disfuncionais

Segundo a TCC, uma grande parte dos nossos sofrimentos de origem mental ocorre por conta dessas crenças distorcidas que desenvolvemos e carregamos no decorrer da vida.

Funciona assim: temos uma experiência negativa, como um trauma na infância que nos faz ter uma certa impressão geral, como por exemplo “Deixei cair aquela coisa, logo, eu sou desastrado”. Partindo daí, a própria pessoa cria estratégias para confirmar que aquilo não é só uma impressão, mas a realidade.

Anos depois, a pessoa do exemplo (que tem certeza de que é desastrada) ao ser confrontada com uma situação que exija alguma coordenação motora, antes mesmo de fazer qualquer tentativa vai simplesmente concluir que a tarefa é impossível para ela.

Este é um exemplo relativamente brando, mas há casos em que a pessoa evita contatos sociais por acreditar ser incapaz de se relacionar. Há casos de pessoas que não conseguem se manter num emprego por acreditarem serem incompetentes até mesmo em funções que exercem com facilidade. Há pessoas que evitam até mesmo sair de casa por acreditarem que são de alguma forma perseguidas por tragédias.

Visto de fora, é fácil observar a irracionalidade dessas crenças, porque na primeira análise elas já aparecem cheias de furos e exceções. Mas para a pessoa que sofre, que desenvolveu essas ideias ao redor de várias experiências e em um longo espaço de tempo, tratam-se de fatos concretos, indiscutíveis.

Cada crença disfuncional tem uma origem e características únicas. Mas em termos gerais, elas podem ser enquadradas em certos padrões mais ou menos regulares, conhecidos por “erros cognitivos”, conforme pesquisas em psicologia revelaram.

Os erros cognitivos

Os erros cognitivos são categorias gerais de crenças disfuncionais. Confira abaixo alguns dos tipos mais conhecidos e suas características.

Generalização

São aquelas crenças disfuncionais que estão ancoradas em termos generalizantes e vagos, que dificilmente podem ser aplicados de forma realística no dia a dia de uma pessoa, como “todo mundo, ninguém, nada, tudo, sempre, nunca”. Exemplos: “Ninguém gosta de mim”, “Eu sempre faço tudo errado”, “Eu nunca me comporto adequadamente”, “Todo mundo consegue, menos eu”.

Personalização

Crenças baseadas na ideia de que a pessoa é de alguma forma central em situações ruins, mesmo que não haja qualquer ligação possível entre ela e esses episódios. Comumente pessoas com esse tipo de crença pedem desculpas o tempo todo e trazem para si a responsabilidade em erros que não cometeram. Exemplos: “Essa festa está sem graça porque eu estou aqui”, “A empresa onde trabalho está em crise por minha causa”, “Se eu não tivesse sugerido sair de casa, o carro não teria quebrado”.

Emocionalização

Quem sofre com esse tipo de crença não consegue ver suas emoções como uma coisa separada da realidade, e presume automaticamente que se ela sente, é real. Exemplos: “Estou sentindo medo, então vou evitar essa situação porque ela é perigosa”, “Sinto que aquelas pessoas não gostam de mim, então vou evitá-las”, “Eu me sinto feio, então sou mesmo feio.”

Rotulação

Esse tipo de crença disfuncional envolve o uso de rótulos inflexíveis para si e para outras, de maneira que se torna difícil reconhecer que existem possibilidades e graduações fora deles. Exemplos: “Ela é bem-sucedida e eu sou uma fracassada”, “Não adianta, eu sou burro”, “Não vai dar certo porque eu sou fraca”, “Ele é preguiçoso”, “Eu sou bruto demais para isso”.

Catastrofização

A vivência com crenças disfuncionais catastróficas costuma causar grande ansiedade e sofrimento. Isso porque a pessoa assume o pensamento automático de que há sempre uma tragédia acontecendo, ou para acontecer no futuro. Exemplos: “Se eu perder meu emprego vou morrer de fome”, “Minha esposa está demorando, deve ter sofrido um acidente”, “Estou sentindo dores de cabeça, hoje vou ter um AVC”.

Abstração seletiva

Nessa categoria se enquadram as crenças que valorizam em excesso certo aspecto da realidade e ignoram completamente outros. Exemplos: “Nesse ano só me aconteceram coisas ruins”, “Só tive momentos ruins no meu casamento”, “Não tem nada de bom na minha vida”.

Adivinhação / Profecia auto-realizada

Esse tipo de crença disfuncional inclui todas aquelas em que a pessoa, sem qualquer indício ou base real, faça uma previsão do futuro de maneira que ela por hábito ou emoção vai tender a realizá-lo. Exemplos: “Melhor eu não dizer nada, ninguém vai entender nada do que eu falo”, “Não vou passar nesse concurso”, “Se eu fizer isso vou me tremer de ansiedade”, “O dia está sendo difícil, hoje eu não vou conseguir dormir”.

Leitura mental

A pessoa que tem essas crenças, mesmo sem qualquer tipo de informação prévia, acredita que pode antecipar o pensamento de outras pessoas. Por exemplo: “Ela deve estar achando que eu não entendo nada do que estou falando”, “Eles me consideram incapaz”, “Com certeza ele não pensaria em mim para essa tarefa”, “Tenho certeza de que ela me acha ridículo”.

Um psicólogo pode melhorar a sua qualidade de vida com técnicas de TCC

É certo que uma pessoa convivendo com crenças disfuncionais está boa parte do seu tempo de vida em sofrimento. Mas isso não precisa ser assim.

Com as técnicas da Terapia Comportamental-Cognitivo, um psicólogo poderá ajudar você a identificar quais das suas crenças são irreais e limitantes, e com isso você poderá estabelecer ideias mais construtivas e realistas, ajustar seu comportamento e ter uma experiência de vida mais leve e proveitosa.

Se identificou com o texto acima? Alguma dúvida sobre o assunto? Use os espaço dos comentários para enviar suas dúvidas. As consultas são agendadas e podem ser realizadas de forma presencial ou online. Entre em contato pelo número (27) 99236-5313 ou pelo WhatsApp.

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