A ansiedade é um distúrbio psicológico que já afeta hoje 284 milhões de pessoas pelo mundo segundo levantamento de 2017 do Institute for Health Metrics and Evaluation, de Washington. Está registrada no CID (Código Internacional de Doenças) com o código F14, ou seja, não se trata de frescura ou fraqueza: é de fato uma doença reconhecida pelos órgãos internacionais Estatisticamente, o distúrbio chega a afetar 4,7% das mulheres e 2,8% dos homens da população mundial.
Nosso corpo sente a ansiedade de diversas maneiras, seja ela de forma física como vamos ver a seguir ou mental (sensação de que algo ruim está para acontecer, agitação, dificuldade de concentração, irritabilidade). Porém, para todos esses sintomas, temos que estar atentos a intensidade, duração e o quanto eles atrapalham nosso dia a dia.
A ansiedade muito frequentemente também provoca sintomas físicos
Não é raro que uma pessoa sofrendo de uma combinação desses efeitos procure a urgência de um hospital, achando que está tendo um ataque cardíaco, um acidente vascular cerebral (AVC) ou problema parecido: na urgência, a pessoa faz todos os exames e descobre que está fisicamente saudável, o que é ao mesmo tempo um alívio e um frustração enorme.
Alívio porque é tecnicamente afastada a existência de uma doença física grave. Frustração porque os exames médicos tradicionais não conseguem detectar a origem desses sintomas tão agressivos. Com o diagnóstico de “saudável”, a pessoa pode deixar a emergência do hospital certa de que há ainda algo errado, sem ter ideia de como resolvê-lo ou de quem apelar para isso.
Segue abaixo os sintomas físicos mais frequentes nas crises de ansiedade:
- Tontura
- Cansaço
- Falta de ar
- Batimentos cardíacos irregulares, mais fortes ou mais rápidos que o normal (taquicardia)
- Dor e tensão muscular
- Dor de cabeça
- Dificuldade de dormir ou de aprofundar o sono
- Dor de barriga e/ou diarreia
A boa notícia é que como muitas outras doenças, a ansiedade tem diagnóstico e tratamento, com excelentes resultados, e está cada vez mais fácil reconhecê-la.
Se você tem com frequência os sintomas descritos acima, a indicação é procurar um psicólogo e iniciar sua terapia assim que possível, visando reduzir o seu tempo de sofrimento. Mas enquanto não agenda sua consulta para trabalhar na raiz do problema, você pode utilizar uma das três técnicas que descrevemos abaixo. São medidas paliativas, que muito provavelmente vão ajudar você a aliviar os efeitos da ansiedade.
A seguir, listei 3 técnicas fáceis que vocês podem fazer em casa, sendo a primeira e segunda para serem realizadas a qualquer momento do dia, e a terceira para ser utilizada em momentos que você estiver tendo uma crise de ansiedade.
Exercício 1: O que está no meu controle?
Para praticar este exercício você vai precisar de papel, caneta e um ambiente calmo onde você possa se concentrar por pelo menos 30 minutos.
- Em uma folha de papel separe duas colunas, e as nomeie como Coisas que eu posso controlar e Coisas que eu não posso controlar;
- Faça uma pausa para pensar em quais pensamentos te trazem mais ansiedade, ou mais afligem você. Quando isso estiver bem definido, vá para o passo 3;
- Hora de pensar o mais racionalmente possível. Sobre os pensamentos que mais trazem ansiedade, reflita: eu posso fazer algo sobre isso?
- Se sim, escreva esse pensamento na coluna “Coisas que eu posso controlar” e planeje estratégias para resolver ou reduzir esse problema. Fazer isso trará uma sensação de segurança para você, que poderá reduzir bastante a ansiedade.
- Se não puder fazer nada a respeito desse pensamento, insira ele na coluna “Coisas que eu não posso controlar”. Admitir que você não pode fazer nada por este pensamento é o primeiro passo para aceitar que há situações cuja resolução está fora das nossas possibilidades. Praticar essa “desistência” ajuda você a colocar mais foco nas coisas que realmente pode resolver.
Importante: tenha isso sempre em mente: a sua preocupação com algo não muda em nada o fato de que é impossível controlar tudo.
Exercício 2: O que está sentindo?
Para este exercício você pode utilizar o seu celular, seu computador ou papel e caneta.
Se você não se sente confortável para falar sobre os seus sentimentos com alguém, uma boa dica é tentar escrever sobre eles:
- Em um momento mais tranquilo do dia, separe uns minutinhos para ficar a sós;
- Tente descrever, no papel, computador ou celular, como é o sentimento que aflige você. Não há regras: use suas próprias palavras, ordene os sentimentos conforme achar melhor, releia e escreva o quanto for suficiente.
Exercício 3: Está tendo uma crise? Para tudo!
Este exercício requer papel, caneta e um ambiente onde você possa ficar sozinho por pelo menos 30 minutos, sem barulho ou interrupções.
Quando perceber que está tendo ou está próximo de ter uma crise de ansiedade, respire fundo e olhe ao seu redor. Procure no ambiente:
- 5 coisas que você pode ver
- 4 coisas que você pode tocar
- 3 sons que você consegue ouvir
- 2 coisas que você poderia cheirar
- 1 coisa que você poderia sentir o gosto.
Com este exercício você treina a sua atenção e foco, e direciona-os para elementos externos a você. Isso por si só já diminui os sintomas da ansiedade. Pode ser difícil nas primeiras vezes, mas a prática vai tornando mais fácil.
O ato de descrever suas emoções é uma prática saudável para a sua mente, e já é um primeiro passo para entender seus sentimentos.
Como dissemos, esses exercícios são medidas paliativas para conter os efeitos da ansiedade. Para ir na raiz do problema e tratá-lo com eficiência, a indicação é fazer terapia com um profissional.
A terapia pode ajudar você a lidar com a ansiedade. Faça seu agendamento para consultas presenciais e online. Se deseja saber mais sobre outros tipos de tratamento psicológico que fazemos clique aqui. Você pode fazer seu agendamento ligando para o número (27) 99236-5313 ou através do WhatsApp (botão no topo ou rodapé do site).
Cuide bem de você! =D
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