Você provavelmente já viu ou vivenciou o bullying ainda na infância. Sem qualquer justificativa plausível, uma criança escolhe outra para agredir física e/ou verbalmente, mantendo essas agressões com frequência, por um período longo de tempo.
Não é só brincadeira e a prática não “engrossa o couro”, fazendo crianças mais fortes, muito pelo contrário. Comumente as vítimas de bullying têm piores resultados na escola, desenvolvem depressão, ansiedade, baixa autoestima, sobrepeso e outros problemas bastante reais de saúde. Pior do que tudo isso, hoje o bullying já é reconhecido pelas organizações internacionais como um dos principais responsáveis por suicídio entre crianças e adolescentes de todo o mundo.
O bullying é uma prática tão destrutiva que seus efeitos sociais, psicológicos e até econômicos podem ser sentidos por um indivíduo décadas depois. Um estudo do instituto londrino King’s College (use o Google Tradutor se não for familiarizado com o inglês), feito com pessoas acima de 40 anos que sofreram bullying enquanto crianças, mostra que quem passa por essa experiência tende a ter mais dificuldade em estabelecer relacionamentos, em se manter em um emprego, e tem até pensamentos suicidas com uma frequência maior.
Por esses motivos é importante entender esse fenômeno, para reconhecer e combatê-lo na raiz. Vidas dependem disso.
O que é o bullying?
Segundo publicado pela Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, bullying pode ser definido como tipo de comportamento agressivo repetitivo de uma criança ou adolescente, cujo objetivo é causar dano físico ou moral a outro indivíduo que seja incapaz de se defender.
As agressões podem se manifestar verbalmente na forma de ameaças, ridicularização, humilhação, intimidação ou xingamentos, podem ser de fato agressões físicas, ou podem ser uma combinação das duas.
Diferente de uma agressão comum, que se dá por um ou outro episódio específico, o bullying tem como principal diferencial se repetir com frequência, contra os mesmos alvos.
Como reconhecer o bullying no dia a dia
Perceber o bullying em ação pode ser um desafio para pais, responsáveis, professores e equipe técnica de escolas.
Isso porque muito frequentemente a humilhação sofrida implica em muita vergonha e medo de retaliações para quem é vítima, que pode sentir que será visto como covarde por outros colegas, ou que estará em grande perigo se denunciar o colega agressor.
Do outro lado, o praticante das agressões costuma não fazê-la de maneira aberta e visível a todos, e quando é pego no ato ou denunciado, tende a justificar a violência como parte de uma brincadeira.
De qualquer forma é possível perceber certas mudanças no comportamento da vítima, que deverá apresentar um ou mais dos sinais abaixo:
- Ansiedade, raiva ou medo relacionados à escola ou ao ambiente onde tem contato com o agressor
- Falta ou excesso de apetite
- Dificuldade de socializar
- Dificuldade para dormir
- Cansaço geral
- Tristeza ou angústia
- Medo excessivo de rejeição
- Desinteresse em atividades de lazer
- Diarreia, dores de cabeça e dores de barriga recorrentes
- Pensamentos suicidas
O que fazer?
Pais cujo filho é comprovadamente um agressor não podem minimizar o problema. Devem agir rapidamente para evitar que o filho continue praticando bullying, tanto pelo respeito à saúde e integridade física e emocional de seus colegas, quanto pelo futuro do próprio agressor.
Isso porque o bullying (que funciona basicamente desrespeitando as regras de convívio e os direitos do outro) predispõe o desenvolvimento de comportamentos delinquentes na infância e adolescência. E consolidando comportamentos delinquentes, há uma séria ameaça de que o jovem venha a desenvolver comportamentos potencialmente criminosos mais tarde. É o que afirma o estudioso criminologista Lélio Calhau em seu livro Bullying: o que fazer.
Pais de vítimas do bullying devem conversar com seus filhos para entender como ocorrem as agressões e para garantir que eles estarão em segurança quando o assunto for levado para resolução. O próximo passo é procurar a coordenação da escola ou do ambiente onde ocorrem as agressões e exigir providências, se necessário com apoio de um advogado, já que há hoje leis que reconhecem o problema do bullying, uma delas (em tramitação) inclusive já tipificando o bullying como crime descrito no código penal, passível de punições como qualquer outro.
Buscar apoio psicológico
Mesmo que interrompido, o bullying não desaparece sem deixar marcas na saúde mental das crianças e adolescentes. Por isso, é imprescindível o apoio de um psicólogo para ajudar a lidar com os resquícios psicológicos da agressão, e a superar essa experiência tão traumática.
O psicólogo poderá fazer o acompanhamento em todas as etapas desse processo, desde antes da intervenção dos pais, para descobrir o bullying e orientar as partes, até depois do fim das agressões.
Ele poderá realizar terapias para ajudar o jovem a trabalhar sua autoestima e deixar de sentir a vergonha por ser vítima dessa violência. Lembrando que o bullying provoca sintomas de várias disfunções psicológicas, o psicólogo também poderá aplicar técnicas para controlar a ansiedade, para restabelecer a capacidade de sociabilização, para controlar o medo e outros sentimentos causados pelo bullying.
Se o seu filho está sofrendo bullying ou praticando essa agressão contra seus colegas, eu posso ajudar. Sou psicóloga, autorizada pelo Conselho Regional de Psicologia para atender presencialmente ou online. Agende consulta comigo pelo número (27) 99236-5313 ou pelo WhatsApp.
Juntos, nós podemos vencer o problema do bullying e suas consequência.
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