A cirurgia ortognática ainda é desconhecida para a maior parte das pessoas. Em termos gerais, trata-se de um intervenção cirúrgica para corrigir problemas de formação da mandíbula, sendo útil quando esta parte do corpo apresenta crescimento demais, ou de menos, ou quando este crescimento afeta a saúde do indivíduo de alguma maneira.
A ortognática também pode gerar grandes mudanças estéticas com alterações perceptíveis no rosto como um todo, e com isso, alterar profundamente a percepção que uma pessoa tem de si mesma.
Ou seja, uma alteração física dessa magnitude muito frequentemente vai causar algum tipo de impacto na autoimagem, com óbvias consequências psicológicas. Por isso recomenda-se acompanhamento de um psicólogo tanto no estágio pré-operatório (para alinhar as expectativas e emoções na etapa de preparação) quanto no pós-operatório (para auxiliar na assimilação da nova imagem).
Fazer a cirurgia é uma decisão muito séria, pois ela é considerada agressiva e com uma recuperação difícil e lenta. Isso porque a cirurgia pode envolver o corte e a serragem de ossos, com instalação de parafusos e placas de metal (titânio) para reposicionar as “partes” nos lugares corretos. Então, além dos impactos psicológicos, é importante também considerar as implicações do pós-cirúrgico na sua vida como um todo.
Eu mesma passei por uma cirurgia ortognática há pouco mais de 1 ano e vou explicar tudo para você. Confira!
Por que as pessoas fazem cirurgia ortognática
Como já falei, essa cirurgia pode ser indicada para pacientes que possuem desarmonia facial, como o crescimento exagerado ou inadequado de ossos do rosto, do queixo às maçãs das bochechas.
Mas além de ser um procedimento estético, essa operação pode ser a maneira mais eficaz de corrigir certos problemas odontológicos que causam prejuízos à parte estética e funcional, como, problemas na mastigação e/ou respiração, distúrbio de fala, má oclusão, deglutição, apnéia do sono, retração gengival e outros.
Então, além de buscar uma imagem mais harmoniosa, com a cirurgia ortognática, o paciente alcança como resultado o fim de problemas tem como resultado
Os efeitos psicológicos do pós-operatório
Hoje já há bastante literatura sobre o que acontece em nível psicológico após uma cirurgia como esta. Este artigo científico, por exemplo, disponível na revista Saúde e Pesquisa, aborda a autoestima e aspectos sociemocionais em indivíduos que fizeram cirurgia ortognática.
O estudo acompanhou pacientes em vários aspectos da vida antes e depois da cirurgia, o apoio familiar e outros tópicos como comportamento social, auto-aceitação e resultados do procedimento.
Dos pacientes, a maioria indicou que houve uma elevação da autoestima no pós-cirúrgico, confirmando o impacto psicológico positivo que o procedimento pode causar ao indivíduo. Porém, uma pequena porcentagem analisada indicou insatisfação com a cirurgia. Alguns revelaram que o resultado estava abaixo do esperado, outros demonstraram insatisfação com alguns aspectos pós-operatórios, como a dormência localizada, o inchaço na região, ou os cuidados necessários por um longo período.
Tendo como base esse e outros estudos, além da minha própria experiência com paciente e psicóloga, posso afirmar que é grande a importância do acompanhamento de um psicoterapeuta para esse e outros procedimentos cirúrgicos, que envolvam ou não alguma mudança estética.
É fundamental que o paciente esteja bem informado sobre todos os aspectos do procedimento, incluindo o tempo de recuperação e todas as particularidades desse período, para que alinhe suas expectativas com o resultado esperado. O desconhecimento sobre a recuperação e reabilitação pode desencadear conflitos emocionais, como depressão, ansiedade, ou até mesmo o arrependimento por ter feito a operação.
Autoimagem
Você pode agora estar se perguntando o porquê de uma operação como essa ter tanto impacto psicológico, já que ela é feita para melhorar a qualidade de vida geral de uma pessoa. Eu explico.
Nossa identidade (a maneira como existimos e acreditamos existir no mundo) é formada de várias partes, e uma dessas partes é a autoimagem. A autoimagem é a visão que cada pessoa tem de si mesma, construída desde a primeira infância no contato com a família, com indivíduos próximos e com as experiências do dia a dia.
Essa autoimagem é uma parte fundamental do que você entende por “eu” e quando ela não bate mais com o que você vê no espelho, é possível que surja uma crise psicológica. Você pode sentir como se depois de uma mudança como essa não é mais você mesmo ali, já que essa nova imagem rompe com a que você vinha mantendo por toda a sua vida.
E isso não tem necessariamente a ver com autoestima, com gostar ou não gostar da sua nova ou antiga imagem. A questão é que a sua imagem antiga compõe, com vários outros fatores, um pacote que conta a sua história de vida, ligando os fatos do passado para dizer quem você é hoje. Com uma alteração nessas referências, muitas pessoas podem acabar não se reconhecendo, e assim desenvolver algum tipo de sofrimento mental, daí a importância de acompanhamento psicológico.
Sobre o acompanhamento de um psicólogo
O acompanhamento psicológico é importante no pós-operatório pelos motivos citados, mas também pode promover grandes ganhos antes do procedimento.
Por mais que desejemos a mudança planejada com a operação, a transformação pode ser bastante brusca, e por isso o apoio de um psicólogo no pré-operatório é igualmente importante. Eu, por exemplo, antes de encarar o procedimento tive quase 3 anos de preparo com psicoterapia, além dos tratamentos necessários com o ortodontista.
Se você vai realizar a cirurgia ortognática ou outro procedimento cirúrgico e precisa criar confiança, além de se preparar para as todas as etapas da operação, eu posso ajudar.
Entre em contato pelo número (27) 99236-5313 ou pelo WhatsApp. Podemos marcar uma consulta presencial ou online. E para tirar dúvida sobre esse e outros assuntos, sinta-se à vontade para usar o espaço de comentários!
Cuide bem de você! =D
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