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Problemas financeiros afetam a sua saúde mental

Entenda como dívidas, gastos impulsivos e preocupações com dinheiro impactam suas emoções e aprenda a retomar o equilíbrio.

Quem nunca passou por um momento de aperto financeiro, não é mesmo? Em algum momento da vida, todos nós enfrentamos desafios relacionados ao dinheiro. Trabalhamos com o objetivo de conquistar uma vida mais estável, com bem-estar e qualidade para nós e para quem amamos. Afinal, é por meio dos nossos recursos financeiros que conseguimos realizar sonhos, garantir conforto, oferecer segurança à família e desfrutar de pequenas alegrias do dia a dia.

Mas vivemos em uma sociedade altamente materialista, onde o valor das coisas, e até das pessoas, muitas vezes parece estar atrelado ao dinheiro. Nesse cenário, não é difícil se perder. Quando não aprendemos a lidar de forma consciente com as finanças, acabamos gastando mais do que podemos, acumulando dívidas e trazendo preocupações que ultrapassam o campo econômico, afetando também a mente e as emoções.

A falta de controle financeiro pode gerar ansiedade, estresse, insônia e até sintomas depressivos. Isso acontece porque o dinheiro, além de um meio de troca, carrega também muitos significados emocionais: segurança, liberdade, status, poder, amor-próprio. Quando ele falta, esses sentimentos entram em desequilíbrio.

Por isso, é importante compreender que cuidar da saúde financeira também é cuidar da saúde mental. Se você deseja entender melhor essa relação entre emoções e finanças, continue lendo este artigo e descubra como é possível equilibrar razão e sentimento na hora de lidar com o dinheiro.

Dinheiro (ou a falta dele) causa preocupação nas pessoas

Uma pesquisa recente realizada pela fintech Onze, especializada em saúde financeira, revelou um dado preocupante: 64% dos trabalhadores brasileiros afirmam que, em algum momento da vida, tiveram a saúde mental afetada por problemas financeiros. Muitos relatam sintomas como ansiedade, insônia e preocupação constante com o futuro.

Esse é um tipo de estresse silencioso, que vai se acumulando aos poucos. No dia a dia, tentamos equilibrar as contas, pagar o básico, garantir o sustento e, quando possível, reservar um momento de lazer. Porém, entre tantas obrigações e imprevistos, quem realmente consegue guardar dinheiro?

A realidade é que o salário médio do brasileiro muitas vezes não acompanha o custo de vida, o que torna quase impossível manter uma reserva financeira ou investir. Além disso, vivemos em uma era de consumo acelerado, impulsionada pelas redes sociais, que constantemente nos bombardeiam com produtos, estilos de vida e desejos que nem sempre condizem com a nossa realidade.

O resultado é um ciclo de endividamento e frustração emocional, em que muitas pessoas se veem presas a uma sensação de incapacidade e culpa, sem compreender exatamente como chegaram a essa situação.

A influência das redes sociais na compulsão por compras online

Você já notou como as redes sociais se tornaram verdadeiras vitrines de consumo? Em poucos minutos de navegação, somos bombardeados por produtos “imperdíveis”, influenciadores mostrando novidades e anúncios que parecem adivinhar exatamente o que desejamos. Hoje, essas plataformas vão muito além do entretenimento: elas são planejadas para estimular o consumo constante.

Um bom exemplo é o TikTok, que permite que o usuário compre sem precisar sair do aplicativo. Com apenas alguns cliques, a compra está feita, um processo rápido, prático e, muitas vezes, impulsivo. Essa facilidade, somada à força da publicidade direcionada, faz com que gastar dinheiro se torne um ato quase inconsciente.

algoritmo tem um papel fundamental nesse processo. Ele identifica nossos hábitos, preferências e emoções, exibindo cada vez mais conteúdos que despertam curiosidade, desejo e sensação de urgência. Ao mesmo tempo, o desejo de pertencer e ser aceito socialmente também influencia as decisões de compra. Queremos estar atualizados, ter o que está “na moda” e, com isso, acabamos cedendo a impulsos que pouco têm a ver com necessidade real.

A compra gera uma gratificação imediata, uma sensação momentânea de prazer e alívio. Mas logo depois, vem o vazio e, muitas vezes, as dívidas. Esse ciclo de compra, prazer e arrependimento pode se tornar um comportamento compulsivo, trazendo consequências emocionais como culpa, ansiedade e frustração.

Reconhecer esse padrão é um passo essencial para quebrar o ciclo. Refletir antes de comprar, estabelecer limites e reduzir o tempo nas redes sociais são atitudes que ajudam a tornar o consumo mais consciente. Lidar com o impulso de comprar é também um exercício de autoconhecimento, entender o que está por trás desse desejo pode revelar muito sobre nossas emoções e necessidades não atendidas.

Comprar compulsivamente é uma doença, você sabia?

Você sabia que o ato de comprar de forma impulsiva e repetitiva pode ser um transtorno psicológico? Esse comportamento é conhecido como Oniomania, e vai muito além do simples prazer de adquirir algo novo. Em muitos casos, as compras tornam-se uma forma de fuga emocional, usada para aliviar sentimentos de angústia, frustração, solidão ou vazio interior.

Quem sofre com esse transtorno sente uma forte necessidade de comprar, mesmo quando não há real necessidade. No momento da compra, surge uma sensação de alívio e prazer, mas que rapidamente dá lugar à culpa, à vergonha e à preocupação. Assim, cria-se um ciclo difícil de interromper, que traz prejuízos não só financeiros, mas também emocionais e relacionais.

Com a facilidade de acesso ao crédito e ao consumo digital, esse comportamento tem se tornado cada vez mais comum. O cartão de crédito, por exemplo, pode ser um grande vilão quando não é usado com consciência. Como o dinheiro não “sai” das mãos no momento da compra, muitas pessoas perdem a noção do quanto estão gastando, até que a fatura chega, e a realidade cobra seu preço.

compulsão por compras é um problema sério e precisa ser olhado com cuidado. A psicoterapia é uma importante aliada nesse processo, ajudando a identificar as causas emocionais por trás do impulso de comprar e a desenvolver estratégias para lidar com ele. Com autoconhecimento e acompanhamento adequado, é possível reconstruir uma relação mais saudável com o consumo e retomar o equilíbrio emocional.

Reconhecer que algo não vai bem não é sinal de fraqueza, e sim o primeiro passo para recuperar o controle, não apenas das finanças, mas da própria vida.

O que incentiva você a gastar tanto e sem necessidade?

Até agora falamos sobre como o consumo descontrolado pode afetar a saúde mental. Mas você já parou para pensar por que algumas pessoas compram tanto, mesmo sem precisar e, muitas vezes, sem ter condições financeiras para isso?

O ato de comprar está diretamente ligado ao sistema de prazer e recompensa do cérebro. Quando adquirimos algo, há uma liberação de dopamina, o neurotransmissor associado à sensação de bem-estar. Essa descarga momentânea de prazer faz com que muitas pessoas usem as compras como uma forma de aliviar sentimentos negativos, como tristeza, frustração ou solidão.

Com o tempo, o cérebro passa a associar o ato de comprar à sensação de alívio, criando um ciclo difícil de romper: quanto mais desconforto emocional, maior a vontade de consumir.

Outro fator comum é o desejo inconsciente de compensar faltas antigas. Pessoas que cresceram em contextos de privação ou dificuldades financeiras, por exemplo, podem desenvolver na vida adulta o hábito de comprar em excesso como forma de suprir o que não tiveram na infância. É uma tentativa emocional de preencher o vazio deixado por essas experiências. Além disso, transtornos como ansiedade e depressão também podem contribuir para o comportamento compulsivo.

Em ambos os casos, o consumo não resolve o sofrimento emocional, apenas o disfarça. Por isso, é fundamental buscar ajuda profissional. A psicoterapia auxilia na compreensão das causas emocionais desse comportamento e ajuda a desenvolver novas formas de lidar com as emoções, sem precisar recorrer às compras como fuga.

Tratar a origem do problema é o que realmente permite retomar o equilíbrio, o autocontrole e uma relação mais saudável com o dinheiro e consigo mesmo.

Quais transtornos os problemas financeiros podem causar?

Lidar com dificuldades financeiras é, sem dúvida, uma das experiências mais desgastantes da vida adulta. Quando as contas não fecham, as dívidas se acumulam e o medo do futuro começa a crescer, é natural sentir preocupação. No entanto, quando esse estresse se torna constante, ele pode afetar diretamente a saúde mental e até desencadear transtornos psicológicos.

ansiedade é um dos impactos mais comuns. Em um primeiro momento, ela pode se manifestar como impulsividade nas compras, uma tentativa de aliviar o desconforto emocional. Mas logo depois, surgem as consequências: preocupações excessivas, insônia e dificuldade de concentração. O medo de não conseguir pagar as contas, perder o emprego ou manter o padrão de vida cria um estado de alerta permanente, em que a mente simplesmente não consegue descansar.

depressão também pode aparecer em meio ao caos financeiro. Sentimentos de impotência, culpa e fracasso tornam-se frequentes, especialmente quando a pessoa sente que “perdeu o controle” da própria vida econômica. A autoestima tende a cair, e o isolamento social surge como uma forma de evitar constrangimentos ou comparações com os outros. Com o tempo, o sofrimento emocional se intensifica e o ciclo se repete.

Em alguns casos, o estresse financeiro leva a comportamentos compulsivos, como comer em excesso, fazer apostas ou gastar de forma descontrolada, numa tentativa inconsciente de aliviar a tensão. Embora essas atitudes possam gerar alívio momentâneo, acabam agravando ainda mais o problema.

Tudo isso mostra que as finanças e a saúde mental estão profundamente conectadas. Cuidar da mente é tão importante quanto organizar o orçamento, afinal, quando o equilíbrio emocional está em dia, é muito mais fácil tomar decisões conscientes, planejar o futuro e lidar com os desafios financeiros de forma saudável.

Como evitar que problemas financeiros se tornem parte da sua rotina?

Como vimos ao longo deste artigo, problemas financeiros não afetam apenas o bolso, eles impactam diretamente o emocional. O estresse gerado pelas dívidas ou pela sensação de falta de controle sobre o dinheiro pode, aos poucos, se tornar parte do dia a dia, prejudicando a qualidade de vida e o bem-estar mental. Mas a boa notícia é que existem formas de evitar que isso aconteça.

primeiro passo é desenvolver educação financeira. Ter uma relação saudável com o dinheiro não significa viver com medo de gastar, mas aprender a administrá-lo de maneira consciente e equilibrada. Conhecer seus ganhos, identificar os gastos essenciais e definir prioridades ajuda a reduzir a sensação de descontrole, um dos maiores gatilhos do estresse financeiro. Criar um orçamento, anotar despesas e estabelecer metas realistas são atitudes simples, mas poderosas, que promovem mais segurança e tranquilidade no dia a dia.

Além disso, é fundamental reconhecer como as emoções influenciam nossas decisões financeiras. Muitas compras impulsivas acontecem para aliviar ansiedade, tristeza ou frustração. A psicologia financeira mostra que compreender esses comportamentos é essencial para mudar hábitos e construir uma relação mais saudável com o consumo.

Quando a educação financeira se alia ao autoconhecimento, o resultado é uma poderosa ferramenta de prevenção. Ela permite tomar decisões conscientes, diminuir a culpa associada ao dinheiro e evitar que ele se torne fonte de sofrimento. Cuidar das finanças e da mente é, na prática, cuidar da própria qualidade de vida.

Se você percebe dificuldade em lidar com dinheiro, vive preocupado com as finanças ou sente que o estresse financeiro está afetando seu bem-estar, a terapia pode ser uma grande aliada. Durante as sessões, é possível entender melhor os gatilhos emocionais, identificar padrões de comportamento e aprender estratégias para administrar o dinheiro com mais equilíbrio e consciência. Cuidar da saúde mental é também um investimento e, sem dúvida, um dos mais importantes.

Você pode agendar uma sessão ligando ou entrando em contato pelo WhatsApp, no número: (27) 99236-5313. Nossas consultas podem ser online ou presencialmente, como preferir.

Se identificou com o texto? Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Use o espaço dos comentários para enviá-la e me siga no instagram, lá também tratamos de assuntos psicológicos de forma bem didática e criativa.

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Cuide bem de você e das suas finanças! =)

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