Em algum momento da vida você já ouviu falar sobre a crise ou síndrome do pânico. É uma condição que tem atingido cada vez mais pessoas em nossa sociedade. É mais comum do que se imagina, existe uma estimativa que aponta que 90% dos seres humanos em algum período da vida passará por essa experiência. A condição, que também é vista como um transtorno, acomete anualmente cerca de 11% dos adultos.
Isso ocorre devido a vários fatores, familiares, acadêmicos, profissionais, mas está principalmente relacionado ao mundo em que vivemos hoje e a forma e estilo de vida de cada um. São muitos compromissos, responsabilidades e afazeres. O mundo contemporâneo está enfrentando desafios significativos, e muitas vezes não percebemos a gravidade da situação. A pressão para realizar tarefas rapidamente, a obsessão pela aparência e os padrões impostos a cada um de nós diariamente estão afetando negativamente a saúde mental das pessoas. Se não tomarmos consciência disso quanto antes, poderá ser tarde demais.
A síndrome do pânico tem um impacto negativo na qualidade de vida de qualquer indivíduo. Ela rouba a motivação e o prazer de viver, retirando a energia e a produtividade que antes existiam. Isso leva a uma vida limitada, cheia de medo, estresse e desconforto.
Entenda que vivenciar todas essas emoções faz parte da vida, mas quando elas começam a afetar seu bem-estar, é preciso parar e refletir o que está desencadeando tudo isso.
Você conhece alguém que tem síndrome do pânico? Já presenciou uma pessoa tendo uma crise?
E se um dia acontecer com você? Você saberá como lidar e vencer a condição?
O que é síndrome do pânico?
Essa síndrome ou transtorno, é definida com a ocorrência de diversos ataques de pânico. O indivíduo sente medos inesperados de uma forma bastante intensa e com isso outros sintomas aparecem, como formigamentos, sensação de falta de ar, sudorese, dor no peito, entre outros. Ele tem a sensação de estar morrendo ou tendo um ataque do coração. E é justamente isso, uma sensação, a pessoa pensa que está em perigo, mas na realidade não está.
Se esses ataques se tornam recorrentes na vida da pessoa, é caracterizado então como síndrome do pânico.
De acordo com pesquisas e estudos, é um transtorno que atinge mais mulheres do que homens e isso se deve as condições cerebrais e hormonais do sexo feminino.
Por serem episódios intensos e nunca vivenciados antes, a pessoa começa a ter medo de sentir todas as sensações novamente, isso faz com que ela mude seu comportamento e forma de viver para justamente evitar passar pelas crises de novo.
Os ataques de pânico podem ocorrer em qualquer hora e em qualquer lugar, sem um aviso prévio, por isso muitos se afastam de amigos e familiares, deixam de frequentar ambientes que gostam, param de realizar atividades que antes eram rotineiras em suas vidas, ou seja, se isolam e reduzem o contato social para não sofrerem mais, ou até mesmo por vergonha de como essas pessoas irão reagir se presenciarem uma crise.
O que causa a síndrome do pânico?
Não há uma causa específica para a síndrome do pânico. Geralmente são situações extremas de estresse e que despertam medo que estimulam o transtorno. Assaltos, diagnóstico de uma doença, acidentes, crises financeiras, desemprego, conflitos pessoais, traumas de infância, são alguns dos exemplos que podem servir de gatilhos para o desenvolvimento da síndrome.
Outra possível causa é o cérebro desregulado, ele libera muita adrenalina com o intuito de “lutar” contra algum perigo, só que no caso de ataques de pânico, este perigo não existe, ele não é real.
Pode ser algo hereditário também, pais que sofrem de ansiedade ou depressão tem uma maior possibilidade de os filhos desenvolverem o transtorno do pânico.
Para se ter uma ideia mais clara do que pode ter desencadeado a síndrome em uma pessoa, é necessária uma investigação minuciosa do seu histórico de saúde e das suas experiências e vivências de vida, juntamente com um psicólogo e psiquiatra.
A síndrome do pânico está associada a ansiedade?
Muitas pessoas confundem ansiedade com síndrome do pânico, porque os sintomas das crises de pânico são semelhantes aos sintomas de uma crise de ansiedade, mas, para definir o diagnóstico, depende muito de quais sintomas são experimentados, porque, apesar de semelhantes, existem os sintomas distintos para cada transtorno, e também a imprevisibilidade e intensidade de sua ocorrência.
De certa forma elas podem coexistir, apesar de serem síndromes diferentes. A agorafobia por exemplo, é um tipo de transtorno de ansiedade que se desenvolve após alguns episódios de ataques de pânico.
Para um melhor entendimento: enquanto a ansiedade tem causas concretas e mais lógicas, como um evento que está para acontecer e que lhe causa uma ansiedade por não saber como será ou se o resultado esperado virá.
As crises ou ataques de pânico, que são as causadoras da síndrome, são inesperadas, não tem hora e nem lugar para se desenrolar.
Como identificar a síndrome do pânico?
Como já citado no texto, a síndrome do pânico se desenvolve porque o indivíduo sofre ataques de pânico de forma recorrente.
E como são esses ataques?
Os ataques geralmente têm um período de 20 a 30 minutos, são períodos curtos de tempo, mas que durante eles a pessoa tem uma nítida sensação de que irá morrer ou enlouquecer. Ela sente muito medo e uma ansiedade incontrolável, e juntamente com essas sensações sintomas físicos como:
- Taquicardia
- Respiração acelerada
- Tontura
- Formigamento nos membros
- Tremores pelo corpo
- Dor no peito
- Falta de ar
- Náusea
Você tem sentido esses sintomas de forma inesperada, ou conhece uma pessoa que está passando por isso?
Busque ajuda ou indique um profissional da saúde mental para averiguar o que está acontecendo. É importante saber como lidar com esse transtorno, para se obter uma melhor qualidade de vida.
O que fazer em um momento de crise?
O principal remédio contra a síndrome do pânico é a calma. Sei que é difícil mantê-la em momentos como esse, mas nestes casos é preciso tratar da situação com a cabeça no lugar e seriedade. Qualquer reação abrupta pode piorar a situação.
Veja alguns exemplos do que não deve ser feito: não force a pessoa a ir para outro local; não jogue um copo de água na sua cara ou bata nela; não a segure ou tente impedir de sentir os sintomas. O ideal é se manter solícito, sereno e fazer perguntas gentis, com o intuito de ajudar.
Existem algumas técnicas que são muito eficazes para trazer a pessoa de volta para a realidade:
Controle da respiração
Respire profundamente, segure o ar por poucos segundos e solte devagar. Ao fazer este exercício estará promovendo o relaxamento da sua mente e músculos, trazendo a sensação de alívio e bem-estar.
Busque um local sossegado
Lugares com muitas pessoas e muitos barulhos dificultam na concentração de se manter calmo, procure então por lugares mais silenciosos. Mas lembrando, se você estiver ajudando alguém em crise, não force essa pessoa a ir até esse local, lhe convide cordialmente a ir até lá.
Repita um mantra
Pode parecer bobagem, mas repetir uma mesma frase em voz alta faz com que ela ecoe na sua mente e você acredite no que está falando.
Repita frases como “Vai ficar tudo bem”; “Isso vai passar logo” tranquilamente e com bastante concentração.
Após realizar esses exercícios e estiver mais calmo, procure se distrair das sensações desagradáveis. Puxe conversa com uma pessoa que esteja próxima, faça alguma atividade no celular, como jogar um joguinho ou entrar em uma rede social, ligue para algum familiar ou amigo.
Se estiver no seu local de trabalho ou no meio de uma atividade, realize os mesmos exercícios já citados e também procure manter o foco no que você está fazendo, no momento presente. A atividade que está sendo realizada pode te ajudar a se distrair das sensações negativas.
Como vencer a síndrome do pânico?
A boa notícia é que a síndrome do pânico tem cura. Porém, isso só irá acontecer com um tratamento e acompanhamento adequado.
Acompanhamento este que deve ser feito por um psiquiatra que irá prescrever os medicamentos certos para amenizar os sintomas do transtorno.
No entanto, somente a medicação não é a solução absoluta. É importante praticar técnicas de relaxamento, investir em exercícios físicos e principalmente fazer terapia, em especial a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), recomendada como tratamento de primeira linha para síndrome do pânico. Esse tipo de terapia ajuda a identificar e modificar pensamentos e comportamentos negativos associados aos ataques de pânico.
Nas sessões com o psicólogo você passará a se conhecer melhor e entender as causas e gatilhos que desencadeiam as crises de pânico e as razões por trás delas. Para que a partir dessa compreensão técnicas e estratégias sejam desenvolvidas para auxiliar no tratamento.
Marque uma sessão de terapia comigo! Sou psicóloga e posso lhe ajudar.
Você pode agendar sua sessão ligando ou entrando em contato pelo WhatsApp, no número: (27) 9.9978-0990. Nossas consultas podem ser online ou presencialmente, como preferir.
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Cuide bem de você! =)
6 comentários em “Como vencer a síndrome do pânico?”
Estou tendo crises de Pânico há um mês,o pisiquiatra me passou oxalato de escitalopram 20 mg, será que não foi uma dosagem alta?Pedi ajuda pra parar de fumar,mas ele nem deu idéia,moro numa cidadezinha pequena e com poucos recursos,o que devo fazer se só tem um pisiquiatra na cidade e ele marcou o retorno pra dois meses,hje fazem 19 dias que estou tomando o oxalato de escitalopram 20 mg,devo diminuir a dose,ou insistir?
Não posso te orientar quanto a medicações, caso voce esteja inseguro, indico buscar uma segunda opinião. Muitos psiquiatras fazem consulta de forma online, sendo assim mesmo a sua cidade sendo pequena e nao tendo outras opções de medicos voce ainda pode se consultar.
pelo amor de Deus, estou perdendo a vontade de viver com tantas crises de Pânico e depressão. sofro com isso desde criança. já não aguento mais ir a psiquiatras e psicólogas. não aguento mais trocar de remédios. me ajude
O melhor tratamento para Sindrome de Panico é o tratamento com psicologo e psiquiatra. Busque bons profissionais e que voce se identifique, o tratamento muitas vezes pode ser longo e com muitos altos e baixos porem nao desista.
Boa noite. tomo remédio 1 vez a noite para controle da SP. as vezes..como hoje, a crise chega bem mais fraca mas incomoda. faco a terapia da respiração que me ajuda mas depois que passa fico ansiosa e temendo que a crise volta. o que fazer?? qual valor de uma consulta online?? tenho 66 anos, sou viúva a 1 ano e meio, fui casada 44 anos e apos a partida dele me sinto mais fragil, sem animacao, as vezes me sinto sem utilidade pois os filhos sao casados e cada um vive sua vida.me trato no SUS .
Para agendamentos voce pode chamar pelo link do whatsaap que aparece na pagina. Sobre o seu tratamento medicamentoso informe ao seu médico na proxima consulta o que voce vem sentindo, é muito importante relatar tudo a ele para melhor conduta medicamentosa.
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