Em algum momento da vida você já se sentiu “menos”? Já se sentiu inferior a outra pessoa, incapaz de realizar alguma atividade ou incompetente em uma determinada situação?
É um sentimento que pode acompanhar você em qualquer fase da vida e chega de forma inesperada, sem aviso prévio. Estou falando do complexo de inferioridade, a sensação de ser inadequado ou insuficiente em qualquer circunstância, ou espaço.
É considerado um problema comum na sociedade, estudos apontam que qualquer pessoa terá esse sentimento em algum período da vida. Porém, não é porque estamos falando de uma condição corriqueira que devemos ignorá-la.
Neste texto você entenderá um pouco mais sobre o complexo de inferioridade e como pode ser tratado.
O que é o complexo de inferioridade?
Este complexo é caracterizado por uma sensação constante de estar em desvantagem em relação aos outros. Surgem dúvidas sobre as próprias capacidades, independentemente das ações, aparência, estilo de vida, fazendo com que a pessoa sinta que, em todos os aspectos, os outros ao seu redor são superiores.
É normal se sentir inferior em determinadas circunstâncias, especialmente quando alguém tem mais experiência em uma área específica do que você. Entretanto, isso não significa que não possa alcançar o mesmo nível de conhecimento no futuro. Como diz o ditado, “Ninguém nasce sabendo”, e todos têm a capacidade de aprender e se aprimorar ao longo do tempo.
Para adquirir conhecimento, é necessário dedicar esforço, estudar e buscar ativamente aquilo que almeja.
Como já citado no texto, o complexo de inferioridade é inconsciente, quando você percebe, já está se comparando, se sentindo inferior ao outro. Esse padrão de pensamento pode ter impactos significativos nas relações e na autoestima.
Atualmente vivemos em um mundo totalmente tecnológico e tomado pelas redes sociais, que podem ser consideradas grandes vilãs quando falamos sobre comparações.
Na internet tudo é muito lindo, perfeito e sem defeitos, quando uma pessoa olha para a própria vida e não se enxerga da mesma forma, é natural que se sinta inferior ao que está sendo exibido na tela do celular.
Se tornou banal sempre estar em busca desses padrões e expectativas que são impostos a todo momento pelas mídias.
Nesse cenário, é quase inevitável não se sentir em desvantagem em comparação com outras pessoas. A incessante apresentação de corpos ideais, lares perfeitos e relacionamentos maravilhosos cria o anseio de alcançar um estilo de vida semelhante. No entanto, ao perceber que isso não é viável, surgem sentimentos de frustração, acompanhados de emoções negativas como tristeza, angústia, ansiedade e baixa autoestima.
Entretanto, esses dilemas não se limitam apenas ao mundo online. No ambiente de trabalho, na escola e até mesmo no âmbito familiar, as comparações constantes com outras pessoas podem ocorrer a todo momento.
Aqueles que enfrentam o complexo de inferioridade costumam cultivar hábitos nocivos, como autossabotagem, focalizando apenas em identificar defeitos, problemas e fracassos em si mesmos.
Quais são as causas desse complexo?
Além das comparações constantes das redes sociais, existem diversas causas para o desenvolvimento do complexo de inferioridade, e elas podem começar durante a infância.
Depende muito do contexto em que a pessoa está inserida e da maneira como é tratada. Se uma criança é constantemente exposta a palavras desencorajadoras e negativas, há uma alta probabilidade de que já na infância ela desenvolva o complexo, sentindo-se incapaz em diversas áreas da vida. Essa falta de autoconfiança pode se refletir em situações cotidianas, como na escola, nas interações com os amigos e familiares, levando a uma propensão constante de autodesvalorização.
Atinge não somente crianças e adolescentes, adultos que sofrem ou já sofreram bullying, rejeição e críticas persistentes, têm grande tendência a se tornar uma pessoa que só possui opiniões negativas sobre si mesma.
Condições de saúde mental, como a ansiedade, a depressão e outros transtornos, também podem causar o complexo de inferioridade. A pessoa se sente diferente dos demais, de maneira negativa, menos capaz, menos inteligente e inadequada.
Como seres humanos somos vulneráveis, tendemos a guardar na mente apenas as mensagens negativas que recebemos sobre nós mesmos. Contudo, é crucial entender que o complexo de inferioridade não é uma condição permanente e pode ser trabalhado por meio de autoconhecimento e apoio psicológico, a terapia.
O desenvolvimento de uma mentalidade mais positiva, o cultivo da autoaceitação e a busca de apoio podem ajudar a superar esses sentimentos negativos.
Conheça a características do complexo de inferioridade
As características do complexo geralmente são observadas conforme o comportamento do indivíduo e sua consciência emocional.
Nossas emoções nem sempre são fáceis de serem identificadas, principalmente se existem bloqueios internos causados por traumas passados.
Mas quando a autoconsciência emocional é trabalhada com estratégias que facilitam a compreensão nítida das emoções, lidar com as situações fica muito mais fácil.
O autoconhecimento é libertador e auxilia qualquer indivíduo a conviver melhor consigo mesmo.
Os sinais e sintomas podem se manifestar de diversas maneiras e variar de uma pessoa para outra, confira abaixo as características mais comuns associadas ao complexo de inferioridade:
Falta de amor-próprio
O indivíduo não se sente amado pelos outros e também enfrenta dificuldades em nutrir um sentimento positivo em relação a si. Mesmo diante de elogios ou demonstrações de afeto, a pessoa tende a focar apenas em aspectos negativos, o que pode resultar em hábitos prejudiciais, inclusive autodestrutivos.
Comportamento agressivo
Devido à resistência em lidar facilmente com críticas, a pessoa responde de maneira agressiva ou adota uma postura defensiva. Em vez de refletir sobre ela mesma, aponta falhas nos outros como uma forma de sentir-se melhor consigo.
Incessante busca por reconhecimento
A pessoa se esforça ao máximo para satisfazer os outros, mesmo que isso signifique colocar em risco sua saúde mental e integridade física. Muitas vezes, ela sacrifica seus próprios sonhos e desejos para agradar aos demais.
Baixa autoestima
Um indivíduo com complexo de inferioridade se sente em posição de inferioridade perante os outros, automaticamente acredita que não tem atributos positivos a contribuir, dificultando o reconhecimento de suas próprias habilidades e capacidades. Essa pessoa está sempre buscando melhorar algo nela mesma, seja na aparência, no intelecto ou em conquistas materiais.
Necessidade excessiva de aprovação
Está sempre em busca da validação e aprovação dos outros para compensar a falta de autovalor.
Não aceita elogios
Certamente, você já teve a experiência de se deparar com alguém que, ao ser elogiado, em vez de expressar gratidão, prefere dar explicações para não aceitar o elogio, certo? Isso ocorre porque, ao ser elogiada por suas conquistas ou até mesmo pela sua aparência, a pessoa tende a hesitar, acreditando que não merece tais elogios.
Sensibilidade aflorada
Quem se sente inferior ao outro também fica muito sensível quando recebe críticas ou sugestões. Em muitos casos, interpretam essas observações como uma intenção de feri-lo, gerando desconforto emocional.
Se compara a todo momento
Como mencionado anteriormente, quem lida com o complexo de inferioridade tem o hábito persistente de se comparar com os demais. Essas comparações abrangem diversos aspectos, desde a inteligência e a aparência até o tipo de celular que a outra pessoa possui, a quantidade de seguidores nas redes sociais, e assim por diante. Se encontra numa condição em que é difícil realizar qualquer atividade sem recorrer à comparação constante com os outros.
Qual é o tratamento para esse complexo?
Olhar para dentro de si e fazer uma reflexão sobre suas qualidades e tudo de bom que você pode proporcionar ao mundo não é uma tarefa fácil.
Para aqueles que enfrentam o desafio do complexo de inferioridade, essa jornada é uma batalha constante. O cotidiano, repleto de armadilhas e gatilhos, pode facilmente conduzi-los de volta ao lugar vazio e aos pensamentos depreciativos.
Para não cair nessas armadilhas ou se deixar levar por velhos padrões de comportamentos, o auxílio de um psicólogo pode ser fundamental, além de trabalhar o autoconhecimento.
Quando nos conhecemos mais profundamente e identificamos nosso papel no mundo, é possível discernir o que nos faz bem e o que nos faz mal.
Cada um de nós possui qualidades e defeitos e ninguém é melhor que o outro, por motivo nenhum. Seu próximo pode entender mais de determinado assunto, mas isso não impossibilita você de também aprender sobre o mesmo tema.
Com o autoconhecimento conseguimos desenvolver o amor-próprio e a autoconfiança de maneira mais forte e sólida.
E o acompanhamento psicológico ajuda a colocar em prática exercícios que levam ao controle das emoções, ao aceitamento de críticas e a lidar melhor com as frustrações e derrotas que possam surgir.
Como lidar com pessoas que têm o complexo?
Não é você quem convive com o complexo de inferioridade, mas sim um amigo, um familiar?
Trata-se de uma condição complicada, e muitas pessoas que têm alguém em seu círculo social com esse comportamento se deparam com incertezas sobre como agir ou lidar com a situação. Essas pessoas são mais propensas a serem afetadas por diversas questões, sendo mais sensíveis emocionalmente, buscando constantemente aprovação externa e, em alguns casos, apresentando comportamentos agressivos em determinadas circunstâncias.
É fundamental adotar uma abordagem delicada e cuidadosa ao dialogar com alguém que lida com o complexo de inferioridade. É importante evitar o uso de palavras sugestivas ou agressivas, concentrando-se em elevar a autoestima dessa pessoa e demonstrar que ela possui capacidades tão valiosas quanto qualquer outro indivíduo.
Explorar diferentes possibilidades também é altamente benéfico. Demonstrar que a pessoa tem seu apoio e amor é crucial, enfatizando que ela não está sozinha.
Apresente os benefícios da psicoterapia para essa condição e como o acompanhamento profissional pode auxiliá-la a compreender mais profundamente suas emoções e comportamentos.
Tenha em mente que é uma jornada longa e que demanda paciência até alcançar uma melhora notável. Portanto, busque sempre respeitar os seus limites e os da pessoa em tratamento.
Seja para alguém próximo ou para você mesmo, marque uma sessão de terapia comigo! Ao longo do tratamento, observará transformações significativas, resultando em melhorias abrangentes no estilo de vida e na saúde mental.
Sou psicóloga e posso ajudar a enfrentar e superar os comportamentos associados aos sentimentos de inferioridade em relação às outras pessoas
Você pode agendar sua sessão ligando ou entrando em contato pelo WhatsApp, no número: (27) 9.9978-0990. Nossas consultas podem ser online ou presencialmente, como você preferir.
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